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St. Patrick’s Day

Fala galera do Mission: Dublin. Estamos sumidos mesmo. Muito trabalho, muita preguiça e pouco assunto, são esses os motivos.

Muito ouvimos falar sobre o St. Patrick’s Day que rolou em BH, mas não demos nosso parecer a respeito do dia do santo aqui em Dublin. Aqui vão nossas impressões:

É pura festa. Em um dia a Irlanda (sobretudo a capital Dublin), que já é repleta de estrangeiros, se enche de pessoas de vários países para a comemoração do St. Patrick’s Day. Ao meio dia começa o desfile, que para o trânsito em algumas das principais ruas e avenidas do centro da cidade. Já nas primeiras horas da manhã conseguimos ver pessoas vestidas de Leprechauns, Vikings ou de trevo, que era utilizado pelo santo para representar a Santíssima Trindade e acabou virando um dos maiores símbolos do país. Tudo se torna verde e laranja e a bandeira da Irlanda é vista por todos os cantos. Apesar do feriado, todo o comércio funciona normalmente, devido ao grande número de turistas nas ruas.

Ainda que o St. Patrick’s Day seja uma das principais datas comemorativas da Irlanda, ainda é proibido consumir bebida alcoólica em vias públicas, então a solução é apreciar a variedade de cerveja nos pubs que ficam espalhados por todos os cantos. A região do Temple Bar, claro, é a mais procurada e frequentada.

A festa, no entanto, tem dois momentos. No primeiro, que é quando acontece o desfile, participam famílias, crianças, idosos e qualquer pessoa que queira curtir a música, a dança, as cores e os figurinos. Logo após a coisa perde o controle, todo mundo começa a beber e de repente a festa é totalmente diferente do que começou. Muita gente muito “alegre” entrando e saindo de pubs e procurando a próxima parada. Isso permanece até mais ou menos as 2 da manhã, quando os pubs se fecham e todos voltam pra casa.

Percebemos que o evento tem grande importância no cenário cultural do país, não só para os irlandeses, como também para imigrantes e turistas. Não é a toa que a imagem e o nome do santo são celebrados por todos os cantos do planeta.

Vão aí algumas fotos do dia: www.arthuzzi.com/missiondublin – aí clica em St. Patricks

Slainté!


Méééééé!!!

Na última quarta feira fomos (eu e meu chefe – tenho que fazer um post desse meu emprego, desculpem-me. Prometo que será o próximo!) até Swanlinbar, um cidadezinha minúscula ao norte da Irlanda, mais precisamente aqui. Fomos até uma fazenda de animais exóticos para ele fazer algumas fotos.

A dona da fazenda é a Danielle, uma típica irlandesa, meio rechonchuda e rosada, com o olho mais azul do universo e um sotaque estranhíssimo, mas, pelo que pude conversar (leia-se entender) com ela, muito hardworker. Ela tem um emprego num posto de gasolina da cidade pela manhã e, durante a tarde, cuida de tudo na fazenda sozinha. Fiquei de cara.

Mas o real motivo deste post é uma lembrança que eu tive da nossa querida amiga Ayala.

Estávamos fotografando vários animais, até que chegou uma cabrinha pigmeu, muito gente boa, mas, na hora das fotos, ela não parava de fazer barulho de cabra (como chama isso?). Eu tive que filmar, claro, e colocar aqui! hahahaha

Mééééééé!


Mc Donald’s: i’m lovin’ it

Viemos para Dublin com muita ideia na cabeça. Uma delas, e talvez a mais relevante, era a de que teriamos que bater perna pra norte, sul, leste e oeste e abraçar qualquer emprego que viesse com um sorriso no rosto e o coração aberto. Nenhum de nós goza de uma quantia considerável de euros que nos permite recusar um trabalho que não é de nosso agrado. 

Ainda assim, confesso que me deu um frio na barriga quando recebi uma ligação-convite para uma entrevista no Mc Donald’s. MC DONALD’S! Justamente o lugar para o qual eu evito olhar. O meu ponto fraco no quesito alimentação. O meu vício, sobre o qual não tenho nenhum orgulho de falar. De qualquer forma, aceitei feliz. Como dizem os noticiários, não está fácil encontrar emprego por essas bandas.Quem me ligou foi uma moça com sotaque do leste europeu, e tive alguma dificuldade para entendê-la. O horário marcado era no mesmo dia da ligação e, como eu estava na rua, tive que ir direto. Cabelo bagunçado, barba mal feita, roupa inadequada. Já no restaurante, me mandaram para o refeitório, e para alcançá-lo tive que subir alguns lances de escada que estavam extremamente engordurados, como tudo lá. O cheiro também não era dos melhores, mas logo eu esqueci disso tudo pois fui chamado para a salinha do gerente geral. “Hi, my name is Billy!”. Quem falava era um japonês/coreano/chinês que tinha cara de tudo, menos de Billy. Após algumas tentativas de falar meu nome corretamente (todas em vão), Billy deu início à entrevista, que foi bastante tranquila. Geralmente é fácil conversar em inglês com alguém da Ásia pois o sotaque é carregado e eles dão muita ênfase às palavras. Fui embora sem esperar nenhuma resposta positiva, como sempre faço, mas esperei apenas um final de semana e recebi o convite final para me tornar um membro da Crew Staff do Mc Donald’s. Em apenas 4 dias eu já tinha uniforme completo, papéis assinados e minha agenda para as primeiras duas semanas de trabalho.

Se alguém me pede para definir o trabalho no Mc Donald’s em uma palavra, minha resposta está na ponta da lingua: procedimentos. Você não dá um passo naquele lugar sem que seja da “maneira Mc Donald’s” de fazer. E isso não deixa de ser verdade, pois você é obrigado a trabalhar com o sapatinho feio feito a morte que eles te dão. Tirando o sapato, o uniforme é bem legal. Uma camisa gola polo marrom com o “M” amarelo, um boné que segue o mesmo padrão e uma calça cinza que não é das mais belas mas é bem confortável. Devido aos procedimentos, o trabalho é absolutamente mecânico, o que exige algumas (ou várias) horas de prática. Desde a montagem dos sandubas até a reposição do leite para o milk-shake, os procedimentos estão lá. Os Big Macs, por exemplo, são montados de 4 em 4. Após o pão ser tostado, você tem 30 segundos para colocar molho especial, cebola, alface, picles e queijo, pois as 8 carnes não podem ficar esperando na grelha. O trabalho sempre é em equipe e a comunicação é extremamente importante. Por isso existem alguns códigos, como “Tray macs” (Bandeja de 4 Big Macs), “Tray doubles” (Bandeja de 4 Double-Cheese Burgers), “Tray regulars” (Bandeja de 8 regulares, que podem ser hamburguers ou cheeseburguers, dependendo da necessidade do controlador), “8 meat down” (colocar 8 carnes na grelha). Além disso existem os pedidos especiais, e geralmente são eles que atrapalham o trabalho. Imagine um ser humano montando Big Macs por duas horas. Suas mãos já trabalham em um ritmo alucinante e completamente automático. Subitamente aparece um pedido de Big Mac “No Onions” e “No Pickles”. Para quem está iniciando (e muitas vezes até para os experientes), é dificil processar essas mudanças, e se você não se cuida sua mão coloca cebola e dois picles sem você ver. Isso quando não vem uns pedidos bizarros de clientes estranhos, como a famosa “Tia do Mc Onion”. Costumo chamá-la assim pois ela comparece toda semana e sempre pede a mesma coisa: “hamburguer, only extra onion, no meat”. Isso mesmo, pão, uma mão de cebola e nada mais.

O Crew Staff member trabalha também no lobby, que é a área onde ficam as mesas e os banheiros do restaurante. Não há muita coisa pra falar sobre trabalho no lobby. Você limpa mesas, bandejas e os banheiros, que raramente está muito sujo (nos turnos da noite podem aparecer algumas surpresas). Trabalhar no lobby as vezes é bom, pois a correria é menor e existem menos procedimentos, então você pode dar uma relaxada, cantarolar uma música e conversar sobre assuntos diversos com seus colegas.

Existe ainda o trabalho no Till (Caixa), mas nunca trabalhei nessa estação e não tem muito o que falar. Ouço dizer que a maior complicação de se trabalhar no till são os clientes bêbados que surgem com certa frequência. Geralmente são desavergonhados, e fazem de tudo, desde ordens estranhas a pedidos de casamento.

Pra finalizar, algumas curiosidades e mitos sobre o Mc Donald’s.

– Pelo menos no restaurante onde trabalho, não existe essa de “Caiu no chão, mas ninguém viu”. Caiu no chão, vai pro lixo, mesmo se o restaurante estiver na correria maluca.
– Criança na Irlanda ama Mc Donald’s e, apesar de lindas e fofinhas, elas fazem uma bagunça que desorienta qualquer Crew Staff que esteja no lobby.
– Até onde sei, a carne não é feita de minhoca, nem de um animal sem olhos nem boca criado e reproduzido em laboratórios clandestinos nos confins de algum lugar sinistro.
– O molho do Big Mac vem empacotado e já numa caixinha para ser usado. Continua sendo um mistério.
– Para quem não sabe, o Quarteirão com Queijo tem esse nome pois seu hamburguer tem ¼ de pound, unidade de peso que é muito usada por essas bandas. Eu mesmo não sabia e sempre me perguntei o motivo desse nome horrível. Aqui ele é chamado de Quarter Pounder with Cheese.
– NA IRLANDA NÃO EXISTE CHEDDAR MC MELT.
– Apesar da correria de qualquer fast-food, o clima no trabalho é muito bom. É comum ver alguém cantando, contando ou fazendo piada e falando bobagem. Como qualquer lugar, sempre vai existir um ou outro mala que as vezes te tira do sério, mas ignorar, nesse caso, é a melhor solução.
– Qualquer funcionário dos Mc Donald’s na Irlanda tem direito a dois intervalos. No primeiro break, ele pode consumir até €10 no restaurante, e no segundo, €5. Para se ter uma idéia uma promoção média do Big Mac custa €6.10.
– Dá pra engordar trabalhando no Mc Donald’s mas, quem quer, come saudável. Nunca experimentei, mas dizem que a salada é bem honesta.
– Não, eu não enjoei da comida.

O que posso dizer é que o trabalho superou minhas expectativas. Conheci um lugar alegre e agradável, onde os funcionários e clientes são tratados com respeito e dignidade. A organização e os cuidados com a imagem dão uma pequena idéia de como a marca se tornou um monstro com mais de 30.000 restaurantes espalhados por todos os cantos do planeta. É desnecessário dizer que está longe de ser um emprego ideal, mas se você está na Irlanda e procura por um emprego que ofereça um salário digno e que pague suas contas, eu recomendo que entre no site www.mcdonalds.ie e procure por vagas.

Um abraço a todos.

Ike – Mission: Dublin


Viola, o caminho do sucesso.

É isso aí. Estamos de saco cheio de cantarolar e assobiar ao acaso. Nós, do Mission: Dublin, queremos aprender a fazer um som decente. Não sabemos quanto tempo vai demorar, mas já demos o primeiro passo. O violão está na mão!

E para aqueles que achavam que o carrinho de compras iria ser absolutamente inútil, uma foto que prova o contrário:

Valeu!


Natal!

Papais, mamães, tios, primos, irmão e irmãs, amigos do peito, amigos distantes, amigos de infância, colegas de escola, faculdade e trabalho. Longe de vocês, incapazes de distribuir abraços, beijos e palavras de carinho, distantes das mesas e das ceias, banidos dos brindes e das ressacas, o que nos resta é deixar nossos votos de muita saúde, paz, amor e sucesso registrados no M:D. Um excelente Natal para todos.


Snow!

Hi fellas! What’s the craic?

Coisa rara hoje em dia. Atualização no Mission: Dublin. Não trabalhamos em uma justificativa plausível ainda, então vamos evitar falar sobre isso nesse post.

O que todo mundo queria ver (ou pelo menos uma quantidade razoável de pessoas): Neve! Voltamos às nossa infâncias por alguns minutos e fomos conferir de perto como é que funciona esse negócio de verdade.

Vídeo e fotos, nada mais.

Fotos (Snow): http://www.arthuzzi.com/missiondublin/

See ya.


GNIB*

Boa tarde a todos.

Lá pro meio do mês de setembro, numa bela manhã de sol em Dublin, acordamos com uma tarefa na cabeça: tirar nosso visto. Claro, todo indivíduo que vem pra Irlanda com o objetivo de morar aqui durante algum tempo precisa passar por isso. Só que não é tão simples. Nesse dia tomamos pau: chegamos na imigração no começo da tarde e não havia mais nenhuma senha para ser distribuída. Foi então que decidimos matar aula no dia seguinte e garantir de uma vez por todas nossa permanência por essas bandas. E como já virou mania do Mission: Dublin, gravamos tudo e colocamos aqui pra vocês.

O processo na verdade é simples. Você vai lá, pega uma senha, espera ser atendido, desembola seu inglês, paga €150 (Ui!),  mostra seus documentos e pega sua carteirinha chamada GNIB. Mas leve seu banquinho, pois isso pode demorar.

Valeu!

*GNIB – Garda National Immigration Bureau


First Job!

Parecia que não ia acontecer nunca, mas eu consegui um emprego!

Vamos deixar isso por conta da sorte, pois eu mandei curriculo pra um lugar nada a ver que eu nem sabia do que se tratava, com qualificações que tinham menos a ver ainda com lugar. E o pior, com o texto do email pedindo um outro emprego, que eu tinha mandado antes para outro lugar.

Eis que meu telefone toca na sexta-feira dia 1 de outubro. E uma moça com um sotaque pior que o meu me ofereceu um emprego, marcando uma entrevista para a próxima segunda-feira. Foi tudo o que eu entendi, desliguei o telefone e não tinha a menor ideia do tipo de emprego que se tratava, mas, nas circunstancias atuais, qualquer coisa ta valendo.

A tia me mandou um email com os detalhes e endereço do lugar. Ai sim eu fui descobrir do que se tratava, nada mais é do que contar estoque de loja com uma maquininha que lê os códigos de barras. A empresa chama RGIS (www.rgis.com), tem um milhão de funcionários e atua no planeta inteiro.

Cheguei no lugar marcado segunda-feira e não tinha NINGUÉM no lugar… NINGUÉM! Nem uma secretaria. Fiquei lá esperando por umas 2 horas e ninguém apareceu. Jóia… Voltei pra casa puto da vida! Todo desacreditado. Mandei um email pra tia perguntando o que aconteceu e perguntando se existia a possibilidade de fazer a entrevista em outro dia. Ela me respondeu, pedindo desculpas e marcando para quinta-feira. Lá fui eu novamente, já preparado pra enfiar o pé na porta se não tivesse ninguém de novo. Deu tudo certo e na verdade não era entrevista. Ela simplesmente explicou o que era o trabalho e perguntou se eu (e o resto das pessoas que estavam lá) estavamos dispostos. Ai eu pensei: “TA PERGUNTANDO SE MACACO QUER BANANA TIA?”. E na sexta fui fazer um treinamento em uma loja gigante em um shopping gigante. Passei no treinamento, que é a coisa mais imbecil que já fiz na vida, e sábado fui assinar o contrato, pegar meu crachá e meu uniforme. Começo amanha!

Agora é esperar o primeiro paycheck e entregar ele pra imobiliaria pra pagar o aluguel… hahahaha


Television!

Esquecemos de falar, mas a grande novidade da semana foi que ganhamos uma televisão e, finalmente, conseguimos ligar o Xbox, que estava quase sendo doado para álguem. A TV não é lá grandes coisas, mas de cavalo dado não se olha os dentes, já dizia nosso amigo Ronito. Quem deu ela pra gente foi o cara que administra o nosso apartamento, o Brandan (aqui na Irlanda quem faz esse tipo de coisa tem o nome metido de Landlord). A partir de agora a gente pode fazer mais alguma coisa, mesmo que não seja útil, além de beber cerveja de 0,40cents e ficar olhando um para do outro quando estamos em casa. Ta ai a danada ó:

See ya!


Mission: Dublin – Arthur’s Day.

Dia 23 de setembro é um dia muito especial para Irlanda. É nada mais nada menos que o aniversário da Guinness, que tem uma influencia gigantesca sobre a cultura do país. Ano passado ela fez 250 anos e eles inventarm o Arthur’s Day, o negócio deu certo e esse ano repetiram a dose para os 251 anos. Ela está velhinha, mas super em forma.

Para comemorar eles propõem um brinde feito exatamente as 17:59, pois simboliza o ano em que a Guinness foi criada: 1759. Além de vários eventos acontecendo em vários locais diferentes de Dublin. Inclusive na fábrica onde aconteceu um show do Snow Patrol por 10 euros que não deu para ir por que os ingressos acabaram antes da gente saber da existencia deles.

Nós brindamos no Purty Kitchen, que é um pub bem bacana aqui de Dublin. A Rachel foi unica que não brindou com nada, mas pediu pra gente pedir um pint pra ela as 17:58″30, sendo que uma Guinness demora exatamente 119,5 segundos para ser servida (isso é verdade), claro que ela ficou sem.